domingo, 3 de julho de 2011

Querem

Querem me casar
com a hipocrisia
com a falsidade

Querem que eu diga sim
Á submissão
á covardia
á pequenez

Querem que eu me una
Aos desonestos,
aos ímpios
á boca pequena
semeadora da discórdia

Querem que eu diga sim de bom grado
Mas eu só tenho uma coisa a dizer
E não preciso explicar

segunda-feira, 11 de abril de 2011

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Desabafo dolorido

Eu sou a exploração
Sou indestrutível e inescapável
Não tenho classe e nem consciência
muito menos escrúpulo

Não me importa o que pensa de mim
Se disser,
Pra masmorra irá
E vai perceber que calado deveria ficar

A insanidade é meu normal
E é o seu
A coerência não existe
É só mais um mau
do qual sofrem aqueles que veem

Porque dos que não veem eu trato sem dor
E sem nenhum pudor.
Eu sou a opressão dentro e fora
Você nunca será ou fará o que quer

Porque eu estou aqui.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Insustentável sustentabilidade, por Marjorie Rodrigues

Caros leitores:

Vi este texto que desmascara uma hipocrisia latente surgida há tempos. Resolvi compartilhar, mesmo não concordando em alguns pontos. Não o alterei em nada, mas é bom deixar claro:

Votei em Marina Silva. Não creio em revolução comunista ou socialista, mas concordo que o capitalismo tem grande parcela de responsabilidade nas coisas aqui ditas.

De toda forma, vale a pena ler. O link do blog da autora está no final.


Insustentável Sustentabilidade


Ano passado, fui a um evento em que várias bandas nacionais e internacionais se apresentaram numa fazenda no interior de São Paulo. Para assistir aos shows, era necessário comprar um ingresso que custava, se não me falha a memória, trezentos reais. Isso para ficar a vários metros de distância dos palcos. Quem quisesse ver as apresentações de perto, num cercadinho chamado de área VIP, teria de pagar o dobro. É mais do que o atual salário mínimo brasileiro, de R$510. Lá dentro, a água custava 6 reais, a cerveja uns oito. O evento foi patrocinado por quatro empresas: duas multinacionais do ramo de bebidas, uma multinacional do ramo de alimentos e uma nacional do setor de telefonia.

Tem toda a cara de um festival de música como outro qualquer, voltado para consumidores de classe média/alta, certo? Errado. Segundo os organizadores e os patrocinadores, o que estava acontecendo não era um show, bobinho, era um movimento social pela conscientização ambiental, chamado “starts with you” (começa com você). Oi? Movimento social. Tipo o feminista, o negro, o indígena e o sem-terra, sabe? Mesma coisa.

Uma das multinacionais do setor de bebidas que patrocinaram o evento foi multada em 47 milhões de dólares por poluir lençóis freáticos na Índia. Ela produz uma bebida com 18 colheres de açúcar a cada dois litros. Apenas uma de suas usinas de engarrafamento no Brasil é capaz de produzir 27 mil garrafas por hora. Outra das patrocinadoras engarrafa milhões de litros de água mineral, mesmo que muitos governos locais já tratem a água e a ofereçam gratuitamente aos cidadãos (e sem garrafa). Para competir com a água tratada e gratuita nos países onde ela é disponível, a propaganda classifica a água engarrafada como “mais confiável”, o que nem sempre é verdade.

Entretanto, nos telões do festival, ambas as empresas alardeavam sua preocupação em manter operações sustentáveis, na medida em que reciclam e/ou reutilizam parte das garrafas PET desnecessárias que produzem. A mensagem era clara: “já estamos fazendo a nossa parte, agora faça você a sua. Starts with you! Feche a torneira ao escovar os dentes, desligue os aparelhos eletrônicos da tomada quando sair de casa e seja um consumidor consciente”. E, com "consumidor consciente", lá vem a mensagem subliminar: “ao comprar um refrigerante de uma empresa responsável como a nossa, você está ajudando o planeta. Não compre dos outros, compre da gente!”.

Nesta semana, em São Paulo, a maior editora de revistas do Brasil promove, pelo quarto ano consecutivo, um evento de sustentabilidade. A mensagem é a mesma do SWU: feche a torneira, faça xixi durante o banho, use os dois lados da folha sulfite, apague a luz. Decorando o evento, esculturas de papelão feitas com as bobinas que envolvem os rolos de papel utilizados na fabricação das revistas. E aí as pessoas vão passeando por ali e pensando “uau, que legal! Um material que normalmente seria jogado fora serviu para produzir algo belo!”. E eis que a editora de revistas se sai como uma puta empresa bacana. Mas ninguém pára para pensar, afinal, para quê todas aquelas bobinas de papel sequer foram produzidas. Ninguém se faz aquela perguntinha do Caetano: quem lê tanta notícia? A humanidade precisa mesmo de tanta revista? Pra quê tanto papel para falar dez mil vezes a mesma coisa? Não parece um contrassenso pagar de gatinho da sustentabilidade reciclando e reutilizando toneladas de papel que foram usados, principalmente, para estimular o consumo? Afinal, hábitos de consumo são a principal coisa vendida por esse tipo de veículo em particular, a revista.

Citei esses dois exemplos, mas poderia citar outros vários. Cada vez mais empresas, de todos os ramos do mercado, têm se apropriado do discurso da sustentabilidade ou patrocinado eventos de “conscientização”. E isso não é à toa. Nada mais insustentável do que o discurso da sustentabilidade. Trata-se de um discurso deliberado de alienação, que foca a resolução da questão ambiental sobre as nossas pequenas ações cotidianas e não sobre a raiz a ser extirpada: o modelo de produção e consumo vigente. É claro que nossas pequenas ações cotidianas têm sim seu peso (ninguém está dizendo que fechar a torneira enquanto escovamos os dentes é uma coisa ruim), mas vamos combinar: não somos nós que jogamos milhões de litros de óleo no Golfo do México. Não somos nós que poluímos ar e água com substâncias cancerígenas. Não somos nós os responsáveis por socar partículas de sacolinhas e garrafas PET no bucho dos animais marinhos. Então, não é à toa que tantas empresas que nunca deram a mínima para o meio-ambiente de repente tenham virado sustentáveis desde criancinha. Não é à toa que o nome do tal festival, ou melhor, do “movimento social”, é starts with you. Começa aí com você, seu trouxa. Afinal, enquanto a gente fica aqui criando consciência, as grandes empresas, responsáveis pelo grosso do problema, ganham tempo. Adia-se mais um pouco o debate sobre a sociedade de consumo que construímos.

Outro problema desse discurso da sustentabilidade, tão em voga, tão na moda, é que ele nos convida a ser benevolentes com o planeta, quase como se estivéssemos lhe fazendo um favor: “salve a planeta! Salve os ursos polares! Salve as florestas!”. Meu filho, a questão é salvar a nós mesmos. É o nosso que tá na reta. O planeta se vira sem a gente. Se isso aqui virar tudo uma grande sauna inabitável, o planeta continua existindo. Numa boa. Como todos os outros planetas inabitáveis universo afora. Não é a Terra que vai se foder (pode palavrão aqui, Idelber?), é você. Você.

O terceiro (e, muito provavelmente, não o último) problema desse discurso é que ele limita a nossa esfera de ação ao consumo. O único poder das pessoas de salvar o planeta (e não a si mesmas) é enquanto consumidoras, nunca enquanto cidadãs, nunca através do fazer político. Enfiamo-nos nessa enrascada consumindo e consumindo sairemos dela. É apenas uma questão de mudar o jeito como se consome, tornando-se um consumidor “responsável”. Mas o que é ser um consumidor responsável? Ora, é consumir na mesma quantidade e das mesmas empresas de sempre (como as patrocinadoras do SWU...), só que com a consciência tranquila porque as empresas estão reciclando uma coisinha aqui e ali, utilizando circuito fechado de água numa fábrica aqui, noutra ali. Ah, e enquanto você consome uma coisa e outra, apague a luz.

Mas devo chamar atenção para uma coisinha mais. É que muitas empresas inserem o pilar social no seu conceito de sustentabilidade. E aí, a meu ver, mora um grande, gigantesco perigo. Através de fundações e institutos associados ao terceiro setor, empresas privadas querem substituir o Estado, tomando para si atividades que devem ser de responsabilidade dele (como educação, saúde, combate à pobreza, etc). Ou então, sequestram o rótulo de sociedade civil e passam a dizer ao Estado quais são as necessidades das comunidades, o que deve ser feito e como. Essa do SWU assumir o rótulo de “movimento social”, por mais ridículo que pareça, é uma coisa que as fundações e institutos, associados ao terceiro setor, já têm feito há tempos. Aí, o próprio Estado passa a dar dinheiro a empresas privadas, para que o capital se encarregue de dar um tapa nas desigualdades que ele mesmo gera.

Por isso, desconfio de toda e qualquer empresa que vem com discurso sustentável para cima de moi. Não votei em Marina, por mais que simpatize com vários aspectos de sua biografia e atuação política, justamente por causa disso. Pode me chamar de comunista barbuda, mas a solução dos problemas gerados pelo capital não virá pelas mãos do próprio capital. Há uma óbvia incompatibilidade de interesses. A mobilização, querido, realmente starts with you: não são as empresas que têm de criar consciência na gente. É a gente que tem de criar consciência, coletivamente, sem mediação privada alguma. É a gente que tem de questionar o modo como se vive, a maneira como as coisas são produzidas e, a partir daí, peitar as empresas.

PS – Mais um obrigada gigante ao querido Idelber pelo convite para escrever aqui, mesmo que a minha escrita seja assim, tão mequetrefe.

PPS – Agora o merchan. Blog: www.marjorierodrigues.com e twitter: www.twitter.com/marjerodrigues

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Encontrei um novo caminho
que agora trilho
com destino certo
objetivo

levo-te comigo
em velocidade
de cruzeiro
mas podemos parar

e admirar uma estrela

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Bases sócio históricas da materialização institucionalizada das normatividades transcendentais seculares da rede de discurso


O grande objetivo da materilização desforme da rede de discurso dispersa nos poderes infra e sobre-estruturais é construir uma crítica construtiva das diversas concepções da dialética limitada, ou não, baseadas na inversão epistemológica do a apriori material da ação racional com relação à fins interiorizada de maneira externa, geral e coercitiva na estrutura estruturada, estruturante e estruturadora do habitus do campo.

É importante lembrar que para isso é preciso indagar sobre as bases conceituais e simbólicas das camadas do discurso tomado como produtor de verdade na medida da concepção limitada pela incapacidade cognitiva inerente ao indivíduo dependente do fluxo temporal da performance sistematicamente desarticulada pela liquidez institucional. Este mesmo discurso assim considerado é tomado como produtor dos efeitos desejados ou não por todos aqueles entes participantes ou não da interação na rede sistematizada de maneira metafísica e abstrata na materilidade da ação mental e psicológica sobre as mesmas bases conceituais mentais, materiais e tudo o mais relativo mencuionadas e definidas anteriormente de maneira totalmente imune à críticas desprovidas de senso comum.

Ora, se levarmos em conta que as redes simbólicas ou não que compõem os sistemas de comunicação, os sistemas de poder, os sistemas de materialização e abstração são exteriores e interiorizadas dentro da mesma estrutura mencionada acima, temos que a orientação da conduta a ser analisada de um ponto de vista jamais totalmente e reciprocamente imparcial são determinadas de modo racional pelo observante com base na rede normativa complexa, ambígua e não linear resultante do processo acima explicitado tomando por objeto tanto as normatividades reais quanto as imaginárias institucionalizadas e inseridas num contexto de confronto de consciência baseado na rede.

Assim, desde que tomadas as precauções típicas da observação parcial com vistas à produção científica das leis da física social qualitativa, quantitativa, dedutiva e indutiva pregada pela teoria transcendental, racional, social e, acima de tudo, independente do modo produção organizado de maneira estratificada e precarizada típica da hiper-modernidade ideológica, podemos dizer sem margem para equivocos resultantes de comunicação inerentes ao observador que os sistemas de abstração passam pela interiorização do exterior interiorizado pelo inidvíduo participante de rede de discurso apreensível apenas do ponto de vista estratégico da imparcialidade calcada no esclarecimento dos pontos cruciais aqui abordados.

Essas colocações são óbvias se tomadas as medidas técnicas, tecnológicas e metodológicas básicas para a observação e catalogação dos conceitos e simbologias observados de maneira direta na relidade limitada percebida pelo agente observante. Se a ética pós-moderna é invertida como tomado a priori pelo conhecimento geral que não mais precisa de elucidação conceitual, a estrutura se torna clara e bem definida do ponto de vista teórico-conceitual mais abrangente da teoria tecno-sócio-científica preconizada pelos sistemas acima mencionados da estrutura tecno-democrática se observada de um ponto de vista macro-social em confronto com um ponto de vista micro-social que são, essencialmente, duais e contraditórios entre si. O que não impede em absoluto se não totalmente a tomada de posição dos agentes imersos.



P.S. Versão aprimorada do post originalmente publicado no dia 27 de abril de 2009, sob o título "Homo Socyologykus".
O lago ali até longe
Tem que sair, dar a volta
Despencar num morro de terra
Vum! Um buraco lá dentro
E atrás do bambuzal
Quando entra mosquito é paia
É foda
E do grão de areia até Marte
É o universo

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Hoje quero ouvir minha poesia
Dita por outro
Porque
Na boca do outro
Eu não estou morto

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

G.

Contornado o grande círculo, chego à rua onde não estu sozinho. Nunca estive. E não estarei.

Larga, belo jardim no meio. Ao fundo um grande edíficio. E o grande círculo.

Transito com facilidade, sem solidão, sem me perder.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Manifesto do Barroco Decidido de Brasília e Pium

UM MANIFESTO BARROCO DECIDIDO DE BRASÍLIA E PIUM

A ciência é a falta de ser
conceito:
indescritível

Se a ciência é a falta do ser
A poesia é a tentativa do ser
E o mais importante é que
A poesia é!

E o Barroco Decidido de Brasília e Pium
Vem para demonstrar
Que a poesia é!
É aquilo que não pode ser dito
O que a cidade grita
O que cria
E o que silencia
A poesia que não é poesia


Para-bandeira

Não tem palavra melhor

Querem que faça o que querem, querem que ande por onde dizem

Vote em quem querem e siga o caminho que querem.

E se discordar? se danou....
Só tem um jeito de definir mesmo


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Claustrofobia- Filha da Puta (Cover Ultraje a Rigor)

Morar nesse país
É como ter a mãe na zona
Você sabe que ela não presta
E ainda assim adora essa gatona
Não que eu tenha nada contra
Profissionais da cama
Mas são os filhos dessa dama
Que você sabe como é que chama

Filha da puta
É tudo filho da puta (2x)

É uma coisa muito feia
E é o que mais tem por aqui
E sendo nós da Pátria filhos
Não tem nem como fugir
E eu não vi nenhum tostão
Da grana toda que ela arrecadou
Na certa foi parar na mão
De algum maldito gigolô

Filha da puta
É tudo filho da puta (4x)

Que se foda o palavrão
Eu não tentei evitar
Porque é a única definição
Que pode explicar
Com tanta clareza
É isso tudo que agente sente
A terra é uma beleza
O que estraga é essa gente

Filha da puta

Zero hora

E do meu lado nada.
Nem a frente. Nem atrás.

Aqui sobra metade. É o dobro do que preciso.

Chove e faz frio demais. Frio demais......

Dias iguais



E do meu lado nada