sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Cansados de que?


Esse cara aí do lado já é o maior campeão da história das olímpiadas. Não é à toa. Ele também é o maior nadador de todos os tempos e isso também não é à toa. Outro dia ouvi alguém dizer que estava cansado de ver o Michael Phelps nadando e ganhando tudo de todo mundo na maior tranquilidade, o que já era claro logo nas saídas das provas que ele participou.

Estranho como cansamos de ver isso...sinceramente, eu não me cansei ainda. Talvez por que gosto de natação...talvez por que sei que ele se matou de treinar pra conseguir isso, e gosto de ver esforço recompensado. O que me cansa, na verdade, não é isso.

Me cansa ver tiroteios todos os dias nos jornais da vida, que estão mais pra obituários diários. Me cansa chegar numa escola e ver a situação geral dos banheiros, salas...não só me cansa, como me impressiona também. Me cansa o pessimismo generalizado que tá na moda ultimamente (já falei sobre o fracassionismo, não?). Definitivamente, o Michael Phelps não me cansa.

Me desanima ver um trabalho duro de muito tempo simplesmente resultar em nada. Me anima ver o trabalho do cara aí em cima resultar em ouros...

Usamos armas e cercas para nos protegermos. Isso me cansa e me envergonha. De quem temos medo afinal? Já disse um grande sociolólogo: um bom parâmetro pra saber se uma sociedade é boa ou não é saber se ela consegue manter seus membros vivos.

E que venham mais ouros, Michael Phelps.

"Tô cansado de ser igual
Tô cansado de me dar mal
Tô cansado de moralismo
Tô cansado de bacanal"
Titãs

terça-feira, 5 de agosto de 2008

E assim caminha


Tudo aquilo que nos rodeia não necessariamente é aquilo que nos apresenta sendo. A vontade que temos de perceber do que se trata faz com que aquilo se torne algo que não é, talvez nunca tenha sido, mas possivelmente pode tornar a ser. Depende, claro de tudo aquilo de que achamos que depende, mas não necessariamente assim é.

Também varia, essa dependência, da intuição da percepção. de onde vem a certeza se não da intuição da existência de algo? Mas o que é essa certeza se baseada está na intuição? Em verdade, algo existe em si por que percebemos e criamos, talvez não exista por isso mesmo, e depende, claro, das outras coisas.

O que nos apresenta sendo o que é, está baseado nessa intuição perceptiva. Depende dessa capacidade de perceber, que não dá muita segurança sobre a efetiva existência da coisa e do ser que somos. Tudo depende. Depende de mim, depende de você.

Intuição...interessante pensar que aqui escrevo talvez crendo na intuição de estar sendo lido. Talvez lido por mim mesmo. Penso que aqui está a grande mágica: o que torna tudo real, no fundo, é a fé, a crença, a esperança. Será que existe?