sábado, 25 de julho de 2009

Arrependimento

Maldita hora em que pedi perdão
Tanto me humilhei
Maldito pranto do arrependimento que tanto chorei
Agora sinto as horas que passei acusando a mim mesmo
Querendo morrer

Quando eu devia apenas não pensar
Sorrir e não sofrer
O seu perdão caiu que nem esmola sobre a minha dor
Como se fosse pecado eu sonhar
Tentar outro amor

Agora eu sinto uma vergonha imensa
Não do meu pecado,
Mas do seu perdão

Maldita hora em que me humilhei, se me humilhei em vão...

O seu perdão caiu que nem esmola sobre a minha dor


Maria Bethânia

terça-feira, 21 de julho de 2009

Sem fim...

MÁGOA: S.F. desgosto, pesar, tristeza (dicionário)

Depois de terminados aqueles trabalhos braçais que de costume faço, comecei o meu caminhar pelos corredores. Naquele dia era diferente. Tomei direção diferente daquela que tomo nos outros dias, sem muita certeza se o que faria era certo. Caminhava sozinho, a tarde cinzenta se fechava sobre mim, a chuva talvez querendo me trazer algum aviso...não sei.

A dúvida persistia enquanto o corredor se ampliava diante de mim. Atrás de suas portas rostos se viam, uns conhecidos, outros anônimos, alguns reagiam à minha presença, outros nem me notavam. Caminhava sozinho enquanto as portas se mostravam como possibilidades, quase que me atraindo para algum outro destino. Diante de uma delas eu parei, e os rostos não perceberam que ali eu estava a observar, calado. A chuva caía e o sol se escondia do lado de fora, apenas a luz superficial e pálida me atingia diante daquela porta.

A porta se abriu e a realidade poradoxal e cruel se mostrou finalmente. Mas seria mesmo aquilo a realidade? Não ouso procurar saber a resposta, a dúvida que me atormentava agora se tornara medo. Ilusão e realidade agora se misturam num turbilhão perigoso prestes a me tragar numa viagem provavelmente sem volta. Mas resisti. Ali parado, a situação parece querer mostrar se é real ou não, não sei....a chuva talvez querendo me trazer algum aviso...

Comecei minha caminhada rumo à saída. Caminhava sozinho? talvez...finalmente o céu cinzento se mostrou diante de mim mais uma vez, talvez ele fosse o mais real que pude perceber naquele dia, talvez mais real que a porta que se abriu minutos antes. Se desenrolava diante de mim algo que continuava sem se definir real ou não. Paradoxal e cruel. Ao mesmo tempo, minha presença parecia não fazer muita diferença, talvez eu não faça parte disso, não sei...

Finalmente tomei o rumo que costumo tomar nos outros dias, o turbilhão se dissipou como a chuva que agora dava lugar à um sol tímido. Finalmente percebi que não mais faz dirença se era real ou não. Não mais. Quem sabe um dia eu tome um outro rumo novamente. Quem sabe o que um dia aquela porta vai me trazer? Paradoxal e cruel...

De volta aos trabalhos braçais.

P.S. Post originalmente publicado no dia 23 de abril de 2008 sob o título "Realidade?", mas que continua fazendo o maior sentido...

Pelo silêncio

Nada a dizer

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Realmente

O que realmente importa
É que você não está aqui.
O que realmente importa
É o vazio que restou em mim

O que realmente importa é que meu coração agora sangra
Mas amanhã não sangrará mais...

As feridas se fecharam
E isso é o que importa
As portas se fecharam
E isso é o que importa

O que realmente importa é que meu coração agora sangra
Mas amanhã não sangrará mais...

O que realmente importa
É aquilo que deixei de lado
Minha felicidade me chama
E isso é o que importa

O que realmente importa é que meu coração agora sangra
Mas amanhã não sangrará mais...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Questão de momento

ei, você aí que tá lendo isso agora.

qual é o lugar que ocupo na sua vida? se é que ocupo algum lugar. O seu lugar na minha eu sei bem. Se quiser saber também, é só me perguntar.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Descobri a minha paz

Dizem por aí que podemos tirar as pessoas das nossas vidas. Pra alguns pode até ser verdade, mas pra mim não. O que faço é botá-las em seus devidos lugares.

Sentado na rua, percebi que faço diferença as vezes e as vezes não. Antes havia estado invisível em sonhos, todos passavam e não me viam. Riam de mim sem saber que eu estava ali. E eu estava. A angústia aumentou até que acordei. No fundo é esse o maior dos medos, que se materializou por alguns momentos de maneira terrível e implacável.

Sinto-me um pouco confuso ainda, mas isso passa. E passou algumas horas depois. Levantei, depois de umas tentativas frustradas de conseguir alguma companhia realmente interessante. Não me importo, melhor sozinho do que mal acompanhado.

Mas não estou sozinho. Não mesmo. Eu estou aqui, do seu lado. Ás vezes invisível e ignorado. Mas eu amo você. Esse é o lugar em que devemos estar agora.


Eu tava triste, tristinho.
Eu tava só, sozinho.
Mas ontem eu recebi um telegrama,
Era você de Aracaju ou do Alabama
Dizendo: nego, sinta-se feliz, por que no mundo tem alguém que diz
Que muito te ama.

domingo, 12 de julho de 2009

Proibida pra mim

Não posso mais viver assim,
Ao seu ladinho.
Por isso colo meu ouvido no radinho de pilha.
Pra te sintonizar.

Sozinha numa ilha.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Metáfora

No meio da noite vi o copo cheio. Não pensei duas vezes: fui lá, peguei, e bebi. Nem sei quem era o dono. Azar dele, provavelmente é um canalha que mereceu. Eu já fui o canalha que mereceu, e agora sou eu que ensino os outros, esperando que eles quebrem a cara também.

Peguei mais um copo, curtindo a música e me fazendo de desentendido. Bom demais! Todo mundo na vida aprende. E a música começou. Caras conhecidas e outras nem tanto, outras completamente estranhas, tem muita gente no mundo e isso de deixa feliz.

No dia seguinte nada dos copos. Nem sinal. Dane-se. Na rua tá cheio deles é só procurar. Eu que não fico me lamentando. É ruim, hein?