segunda-feira, 23 de março de 2009

Ciência

Tem a ver com consciência. Não necessariamente consciência da realidade. Pode ser consciência da ilusão. Ilusão da vida de si mesmo, de alguém ou de todos, porém, penso que a ilusão de si mesmo é mais comum...

O aprisionamento do pensamento tem a ver com o medo da liberdade. Medo é algo que todos temos, e o medo da liberdade vem com o medo de se largar convicções quase cegas à pontos de vista, convicções que aparecem como forma de segurança perante outros e a si mesmo. Essa segurança só é necessária a quem, de alguma forma, não tem nada além disso. É social, portanto.

Assim surgem os donos da verdade, esses que conseguem, com uma oratória exemplar e se aproveitando da ânsia por mudança dos outros, convencê-los de alguma coisa que podem até ter mais pontos ruins do que bons. Ser até prejudicial mesmo.

Aquele olhar crítico de que tanto se fala e se prega não combina com essa posição. Aquele olhar crítico só é crítico se conseguir criticar a si mesmo e essa é a verdadeira dificuldade. Quem, afinal, consegue isso? Você, caro(a) leitor(a), consegue?

terça-feira, 10 de março de 2009

Um toque

De madrugada, pra variar caminhando, estava sozinho. Mas apenas fisicamente. Com aquela sensação de auto-suficiência que dá satisfação. A rua estava vazia também.

O movimento das árvores denunciava a chegada da chuva. As sombras sibilavam projetadas no chão pelos postes mais acima. As prostitutas começavam a se esconder mais fundo nas paradas onde estavam...Não me escondi. Não tenho medo de chuva. E nem da noite.

A chuva não tardou. Caiu forte, compensando todo o calor insuportável do dia e me acordando de uma fraca sonolência...Clareou bastante meus pensamentos, que têm uma incrível tendência à obscuridade nessas horas. A vontade de dar asas ao meu alter-ego (ou eu-lírico se preferirem, o nome não faz diferença) se assentou...a solidão provoca inquietação, mas essa solidão provoca uma insônia agradável.

Finalmente cheguei, o telefone tocou...poucas vez uma voz pôde ser tão boa de escutar. Começo a me render.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Lubrificante de idéias

Nem que seja pelas palavras faladas, cantadas, e até gritadas só tento dar novos ares às coisas velhas. E às novas também. Quem entende? Alías, pra que entender? Talvez a grande graça seja justamente não entender como funciona.

Esse mundo dá voltas e nunca sabemos onde vai parar. Isso me diverte, admito. Nada pode mais chato que a imutabilidade, coisa que não existe, ainda bem. Pense comigo: quando imaginou que iria parar onde parou? foi planejado? duvido muito. Nunca vi ninguém que tivesse essa capacidade de controle sobre si mesmo e sobre as outras coisas.

De qualquer jeito, penso agora que penso diferente do que pensava antes. Muitos notaram, alguns não. Penso também que os outros também pensam diferente do que antes faziam, tudo isso graças às artimanhas da vida. Que bom. Não quero saber de gente chata mais.

"Eu vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes."