quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Á noite

Abri os olhos. Aquela escuridão seguia a me cegar como se não os tivesse aberto. A lembrança daqueles olhos atormenta a minha mente, não me deixa dormir em paz. O que é a paz? levantei e acendi a luz, mas isso não adiantou nada. Aliás, adiantou para tornar o lado de fora da janela totalmente invisível e imerso na escuridão. E adiantou também para tornar as idéias ainda mais pertubadoras...

De todos os inimigos que tive, consegui matar um por um. Era relativamente simples. Não precisei de armas. Pra que armas? armas são para os fracos, aqueles que querem sentir essa realidade pra depois sucumbir no pior de todos os julgamentos: o da consciência, ou de Deus, ou dos outros...depende do sujeito. Eu não. Não preciso disso. Não preciso me rebaixar ao mesmo nível deles. Não. A verdadeira eliminação é de outra natureza, mas isso já não vem ao caso agora, até por que não me importa aqueles cuja presença não me incomoda mais.

Mas aqueles olhos me venciam. E ainda me vencem. Se todo homem tem um ponto fraco, parece que o meu está aparecendo agora. Profundos, dominantes. Terrivelmente imobilizantes. continuei lutando por muito tempo, até chegar agora e perceber que isso talvez não adiante de nada, por que tentar matar mais esse inimigo (será que é inimigo mesmo?) seria matar a mim mesmo, o que nem o maior dos meus instintos destrutivos seria capaz de fazer. Me render? isso é quase tão insuportável quanto aquelas paredes frias emolduradas por máquinas de trabalho constante.

A não ser que eu mude de estratégia. Essa deve ser a solução, afinal. Dizem por aí que quando não podemos vencer um inimigo, devemos nos unir a ele. Malditos clichês que não saem de mim. Afinal das contas, pra que lutar eternamente? isso cansa. Até o mais divertido dos jogos cansa depois de algum tempo, e esse já tá me cansando. Hora de mudar as regras, mudar a ordem dos jogadores. Talvez a diversão volte. Veremos.

Um comentário:

** LÊ ** disse...

"Nem todo aquele que não é amigo
torna-se inimigo.."