Recebi a carta no meio da tarde. Veio bem selada e tinha dizeres curtos e diretos, porém, vagos. Guardei-a na memória e logo depois a destruí, por que sabia que privacidade não era o forte daqueles que me cercavam. O dia foi passando e a ansiedade aumentando um pouco. Nada demais apenas uma vontade de saber como terminava.
Peguei o carro à noite, não tinha pra onde ir e nem com quem me encontrar. Dane-se. Sou mais feliz sozinho. A noite era quente, nem um pouco apropriada para ambientes fechados, mas foi num quarto que me instalei. Sozinho. Passei a pensar no que estaria por vir, podia ser, na verdade, três coisas: ou se resolveria pelo lado bom, ou pelo lado ruim, ou não dar em nada mesmo. Apaguei a luz e a luz da lua crescente adentrou o quarto através da janela. Fui hipnotizado até cair de vez no sono...
No dia seguinte, o telefone tocou. Atendi. Peguei o carro. Andei. Parei. Andei mais um pouco e parei por um bom tempo. Não aconteceu nada. Frustrante. De qualquer jeito, a situação não me agrava mais e já pretendia há muito mudar algumas coisas de lugar. Recolhi minhas coisas e saí porque não mais tenho paciência.
A rua estava vazia. Escura também. Já era noite de novo e agora uma lua quase cheia me atingia. Novamente andava sem rumo, caminho que me levou novamente para o mesmo quarto, novamente a mesma luz entrando pela janela, novamente sozinho e procurando uma saída realmente eficiente...o sono me pegou...de novo.
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