terça-feira, 10 de março de 2009

Um toque

De madrugada, pra variar caminhando, estava sozinho. Mas apenas fisicamente. Com aquela sensação de auto-suficiência que dá satisfação. A rua estava vazia também.

O movimento das árvores denunciava a chegada da chuva. As sombras sibilavam projetadas no chão pelos postes mais acima. As prostitutas começavam a se esconder mais fundo nas paradas onde estavam...Não me escondi. Não tenho medo de chuva. E nem da noite.

A chuva não tardou. Caiu forte, compensando todo o calor insuportável do dia e me acordando de uma fraca sonolência...Clareou bastante meus pensamentos, que têm uma incrível tendência à obscuridade nessas horas. A vontade de dar asas ao meu alter-ego (ou eu-lírico se preferirem, o nome não faz diferença) se assentou...a solidão provoca inquietação, mas essa solidão provoca uma insônia agradável.

Finalmente cheguei, o telefone tocou...poucas vez uma voz pôde ser tão boa de escutar. Começo a me render.

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