domingo, 5 de abril de 2009

O despertador tocou. Era escuro ainda. Terrível, nada pior. Levantei relutante depois de mais alguns minutos de preguiça, e me deparei com aquele que seria mais um dia no corredor.

Chegando, as portas fechadas, não mais haviam rostos inexpressivos atrás das janelas. Haviam, sim, espaços vazios que em si mesmos não têm significado algum. Pouco importa. Me virei pra dentro de mim, e em vez de encontrar mais espaços vazios, encontrei ocupação. E também calma.

O corredor desta vez parecia mais amigável do que de costume, superou aquela faceta totalitária. Mas me parecia faltar algo. O vazio até era normal, mas faltava algo. Em uma das salas, a primeira a direita, peguei a folha de papel em cima da mesa. Estava em branco. A caneta eu já tinha. Da última vez, o corredor era a materialização da incerteza, agora, era amaterialização da própria certeza. Contradição irônica.

Escrever não é algo tão difícil, se trata de liberdade. Mas a liberdade pode ser difícil. Qualquer coisa pode ser difícil, sempre há alguém para complicar cada vez mais, e a folha de papel foi a representação da simplicidade propriamente dita. A liberdade. Segui para fora do corredor, o céu se abriu cinzento. Chega.

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