Consciência

Levantei e vesti a armadura de guerreiro. Reluzente, quase indestrutível. Me cobrindo dos pés à cabeça. A força, porém, não vem dela.

A armadura fazia as pesssoas me olharem com respeito. A bondade em meu coração fazia as pessoas gostarem de mim. Não se enganem. Destruí mil monstros, tirei do meu caminho mil pessoas. A minha bondade é a consciência da violência.

Uma vez, há tempos atrás, o pior de todos os inimigos entrou na minha fortaleza, provocou o maior de todos os estragos. O venci. O mandei de volta pro lugar de onde nunca deveria ter saído. Não se enganem. Nenhum de vocês tem sequer a metade da força que ele tinha.

A minha fortaleza agora é como minha armadura. Reluz. Quase indestrutível. Não se enganem. Não se tornem meus inimigos. Vocês não querem isso. A força, porém, não vem dela. A fortaleza me faz olhar as pessoas com respeito. Faz eu me olhar com respeito, faz reluzir a armadura.

Sei dos meus riscos. Não se enganem. Saibam também seus riscos. Assim poderemos ser felizes, tratando o medo como deve ser. Estou pronto para mais uma batalha se preciso for. Mil homens cairão se preciso for, mil monstros serão destruídos se preciso for. Espero que não seja preciso. Que prevaleça a bondade dos corações.

A minha armadura reluzirá, seja como for.



"O nosso suor sagrado é bem mais belo que esse sangue amargo"