segunda-feira, 15 de março de 2010

Ontem

Levantei da mesa do bar depois de pagar a conta e fui embora.

Sem carro, caminhei até a primeira parada de ônibus que achei e esperei. Poucos carros passavam, nenhum ônibus passava.

Resolvi caminhar. À noite, tudo fica diferente. As sombras são maiores, a luz pálida de cada um dos postes só aumenta a sensação de solidão. Houve tempo em que gostava disso. Hoje não mais.

Por necessidade de chegar ao único abrigo possível para uma pessoa decente, Entrei em cada calçada, grama e terra obscurecida por uma cidade que dorme. Em linha reta, sem pensar muito em qualquer coisa.

Hoje, prefiro caminhar pelo calor, guiado pelo luz de uma estrela de brilho raro. Mas ontem me restou o frio e as sombras. Não senti medo. Raras são às vezes que tenho medo. Principalmente por mim. Atravessei ruas largas e movimentadas, com carros passando em alta velocidade.

Cerca de 40 minutos. Cheguei, tomei um banho e encontrei meu travesseiro. E hoje caminho na luz, sem solidão e nem tristeza e nem medo. Hoje estou cheio de algo novo pra mim. Como será que se chama?

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