sábado, 8 de maio de 2010

Refluxo

Na margem do rio as coisas são até calmas ás vezes. Tá certo que de vez em quando cai uma chuva, aparece uma onça...mas nada que seja de fato preocupante. Das chuvas eu me escondo, das onças eu corro pro topo das árvore que não faltam.

Lá do meio do rio, no escuro, surgem sons. Uns bem altos, outros mais baixos....

Intrigante

Eles passam mas no refluxo voltam. Voltam de algum lugar que não chego, por mais que eu queira. Cada uma das pontes que vejam me levam à outra margem, sem, contudo, me deixarem lá no refluxo.

O que está acontecendo? Fico pensando se é capaz de me atingir. Se for, me pegará de surpresa, desprevinido. Não sei o que é, e o fato de voltaram no refluxo me assusta. Não sei o que fazer.

Espero que um dia passem de vez, indo de vez pra qualquer lugar longe, onde não seja capaz de me ameaçar, onde não possa me atingir.




"Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça desgraça que a gente tem que tossir
Pelo grito demente que nos ajuda a fugir

Pela paz verdadeira que enfim vai nos redimir

Deus lhe pague."

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